
Eu sou como essa gente comum, dissipada e dissolvida numa multidão que desce em passos apressados as escadarias do metrô. Frágil, mentiroso, fofoqueiro, desinteressante, vulgar...com apenas um sonho na alma. Mas cismo em dizer que sou mil; não percebo que com minha mão canhota vou desenhando enfraquecido, ao grafite quebradiço, as linhas tortas que me definem, e esborrachando, violento, as riscas do meu esboço com o pulso arrastando na folha. Eu não sou este poliglota, este genial, este músico, este artista que tanto tento passar. Sou uma idéia de mim mesmo, e estou muito, muito envergonhado por isso.
2 Comments:
Todos somos uma idéia de nós mesmo, nada mais. Somos aos olhos dos outros o que queremos passar, ou até aos nossos próprios olhos. A mente engana. Eu acho.
Humilhante é não conseguir atrair. E creia, atrais com as palavras. Se és tu este por trás das palavras, a máquina que concede a elas vida, que motivo tens para te maltratar? Seus registros são belos. E não há nada mais pessoal que as palavras registradas.
O que são elas? Idéias...
=*
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